29/04/2015

Antônio (1722-1858) e Marcos (1774-1853) Cavanis pertenciam a uma família
nobre da categoria dos secretários da República de Veneza. Viveram numa
época difícil e conturbada por grandes acontecimentos políticos (A Revolução
Francesa, a queda da República de Veneza, a ascendência e decadência do
domínio de Napoleão Bonaparte, a Revolução de 1848 onde o governo
austríaco toma o poder
).
Passaram a infância e a adolescência num contexto moralmente enfraquecido,
mas nem por isso se deixaram envolver. O mérito de uma educação cristã e
aprimorada deve ser creditado aos pais, o Conde Giovanni Cavanis e sua esposa
Cristina e também aos padres dominicanos.

A queda da República de Veneza trouxe muitas consequências desastrosas.
Num curto prazo houve quatro governos diferentes, entre eles o de Napoleão que
dominou a cidade, depredou e destruiu suas principais fontes de subsistência.
A crise e a pobreza rapidamente se fez notar e quem pagou o maior preço, como sempre,
foi o povo e, mais ainda, a juventude. E neste contexto de miséria e de crise começa
a ganhar vida a obra dos dois irmãos. De fato, foi neste período que amadureceu a
Vocação Sacerdotal deles.

Compreenderam desde cedo, ser coisa de grande importância defender com todos os
meios a juventude e exercitar para com os jovens e adolescentes a função não tanto
de mestres, mas de PAIS.
Guiados por generosas intenções e multiplicando iniciativas a favor da educação
humana e cristã da juventude, serviram-se da escola, qual instrumento educativo
privilegiado, integrando-a com um particular complexo de meios e permaneceram
sempre abertos à todas as necessidades dos jovens e as várias formas de assistência.



No dia 02 de Maio de 1802, os Cavanis fundaram a Congregação Mariana,
considerada o verdadeiro ponto de partida porque foi justamente dai que se
originaram as Escolas de Caridade e, em seguida, uma nova Congregação Religiosa.
A grande novidade da obra dos Cavanis foi a aplicação do método da gratuidade,
ou seja, educação/formação gratuita naquele contexto e momento, sendo mais pais
do que mestres, colaborando com a ação educativa das crianças, jovens e suas famílias.

"Por isso, mais do que uma escola, este instituto pode chamar-se um paterno e
amoroso 'estabelecimento de caridade', onde os alunos, também fora do tempo
dos exercícios escolares, são guardados e vigiados e reunidos até nos dias festivos
e distraídos com recreios inocentes; alguns mais necessitados, são providenciados
dos sustentamento diários, até que, adquirida a educação, possam com as suas
virtuosas fadigas, procurar o seu mantimento."

Pe. Marcos Cavanis